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Solar dos Noronhas

O Solar dos Noronhas foi mandado construir, após o terramoto de 1757, pelo sargento-mor António Silveira e Ávila, que nele viveu até à data da sua morte, em 1814.

O Solar compõe-se de duas casas de morada e ermida, tendo a casa mais antiga sido destruída por incêndio em meados do século XIX, restando apenas as paredes.

Fazem parte do conjunto, para além da casa e ermida, paiol, granel, eira, palheiro, atafona, picaria, adega, alambique e amplo reduto de terras de cultivo e os seus logradouros.

A ermida de estilo barro com altar em talha dourada, foi erigida em honra de Nossa Senhora dos Milagre e dispõe de sacristia, coro, púlpito, tribuna e subterrâneo com quatro câmaras, onde repousam os restos mortais dos familiares falecidos, até 1846 – ano da proibição dos sepultamentos em templos.

Os restos mortais de António Silveira e Ávila repousam numa destas câmaras, tendo ali sido por sua vontade, sepultado de pé e virado para o altar.

Casa e ermida, de características anti-sísmicas próprias da época, foram cercadas em todo o perímetro, por um muro de cinco metros de altura em forma de quadrado, parcialmente destruído na década de 50 do século passado.

Existe o paiol, onde outrora foram guardadas pólvora e munições destinadas aos fortes do concelho da Calheta, para defesa dos ataques piratas, que assolaram as ilhas até ao primeiro quartel do século XIX.

A história deste solar, relaciona-se com a história da defesa da ilha, com a história das “Ordenanças”, tendo ali residido os dois últimos capitães, responsáveis máximos pela defesa no concelho de Calheta, até 1834, ano em que por decreto régio são extintas as Ordenanças.

O solar detém a classificação de imóvel de interesse público. A ermida nos anos 2000 e 2001 sofreu importantes obras de restauro, comparticipadamente custeadas pelo Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional da Cultura.»


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